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segunda-feira, 5 de março de 2012

O primeiro-ministro François Fillon esquentou ainda mais as discussões nesta segunda-feira ao propor que muçulmanos e judeus residentes no país abandonem o tradicional ritual de abate de animais

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Reuters - 6 minutos atrásÍndices em Wall Street fecham em baixa por China
@YahooBR no Twitter e receba as últimas notícias do Brasil e do Mundo.PARIS - Com o presidente François Sarkozy de olho no voto da extrema-direita, um tema pouco comum acabou entrando no debate pela disputa eleitoral. O primeiro-ministro François Fillon esquentou ainda mais as discussões nesta segunda-feira ao propor que muçulmanos e judeus residentes no país abandonem o tradicional ritual de abate de animais, chamado halal e kosher, respectivamente. A sugestão foi feita depois de Sarkozy pedir, no fim de semana, que as carnes cortadas seguindo o ritual sejam claramente etiquetadas e após seus aliados avisarem que os imigrantes poderiam impor a carne halal a crianças francesas.

Fillon e outros conservadores associaram sua dura postura quanto à carne preparada de acordo com preceitos religiosos a assuntos como imigração e identidade francesa - um tema que a Frente Nacional, de extrema-direita, usa para canalizar um sentimento contra a maior comunidade muçulmana da Europa.

- Os religiosos deveriam pensar se devem manter tradições que não são tão aplicáveis à ciência, à tecnologia e aos problemas de saúde atuais - disse o premier na Europe Radio 1 em um debate sobre as eleições. - As tradições ancestrais deste ritual de sacrifício eram justificáveis no passado por questões de higiene, mas agora estão ultrapassadas. Nós vivemos em uma sociedade moderna.

Nos abates halal (muçulmano) e kosher (judeu), o animal deve estar consciente antes de seu pescoço ser cortado e de o sangue ser drenado. Já nos abates não religiosos, o animal é deixado aturdido antes.

Aplicar os dois métodos no mesmo abatedouro aumenta muito os custos, segundo os produtores. Por isso, alguns usam somente o método halal, porque a carne pode depois ser vendida tanto para açougueiros muçulmanos quanto para redes de supermercado para o consumidor comum.

Para o chefe do Conselho Muçulmano da França, Mohammad Moussaoui, a discussão pode ter reflexos mais profundos:

- Isto vai estigmatizar muçulmanos e judeus como pessoas que não respeitam os direitos dos animais e vai elevar tensões sociais - afirmou.

Natalie Kosciuskp-Morizet, porta-voz da campanha de Sarkozy, não apoiou o comentário do premier. A ex-ministra da Justiça, Rachida Dati, disse em entrevista ao jornal "Le Figaro" que esse tipo de opinião mistura muçulmanos franceses com estrangeiros.

- Muçulmanos franceses são cidadãos como quaisquer outros - lembrou.

Para socialistas, Sarkozy está ajudando a estigmatizar minorias religiosas

O debate sobre o assunto começou no mês passado, quando Martine Le Pen, líder da Frente Nacional, afirmou que os matadouros nos arredores de Paris abatiam animais somente à maneira muçulmana. Descobriu-se que a maior parte deles abastecia açougues muçulmanos e boa parte das carnes vendidas em supermercados comuns era tratada dessa maneira.

A questão acabou entrando na campanha de Sarkozy, que usou argumentos cada vez mais duros a respeito de secularismo e civilização francesa - palavras que podem afetar os cinco milhões de muçulmanos que vivem no país.

Na semana passada, o ministro do Interior, Claude Gueant, avisou que dar aos imigrantes o direito de voto nas eleições municipais, como os socialistas desejam, poderia abrir caminho para que os muçulmanos formassem maiorias nos conselhos locais e impusessem a carne halal nas cantinas das escolas.

Para François Hollande, candidato à Presidência pelo Partido Socialista, Sarkozy está estigmatizando minorias religiosas e fazendo eco a propostas da Frente Nacional, disse seu porta-voz.

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